Este é um anfíbio de hábitos crepusculares, vive enterrado durante o
dia (possui hábitos fossadores) em galerias que vão de 6 a 20 cm de
profundidade cavadas com duas poderosas "esporas", que são duas
calosidades enrijecidas do metatarso nas patas anteriores (de onde provem o nome do animal).
Este anuro apresenta uma coloração pardacenta, normalmente com fundo
verde claro e manchas aleatórias acastanhadas ou cor de azeitona, o
ventre por sua vez contrasta com o dorso sendo de uma cor mais clara.
Possui dois grandes olhos muito proeminentes e pupila vertical, sendo
dos poucos apelidados de "sapos" não pertencentes à família Bufonidae (verdadeiros sapos, apresentam glândulas parótidas e pupila horizontal) que se sente relativamente bem dentro de água, pois é um bom nadador, mas preferindo normalmente não entrar nesta.
Na época reprodutiva, nesta espécie, os machos apresentam calosidades
amareladas nas patas posteriores que ajudam o macho a agarrar a fêmea,
de maior tamanho, durante o amplexo.
Estes animais costumam atingir entre 6 a 12 cm de comprimento. Durante
esta época reprodutiva (que vai normalmente de Fevereiro a Março) os
adultos sexualmente maduros procuram charcos com alguma profundidade
para acasalarem e libertarem a prole. Os girinos desta espécie são de
fácil identificação pois são bastante grandes, destacando-se das
restantes espécies ibéricas.
Esta espécie ocorre na Península Ibérica e parte noroeste de França, em florestas de caducifólias e em terrenos arenosos.
Esta espécie encontra-se ameaçada, tal como tantos outros anfíbios
ibéricos devido à perda gradual de habitat, aos atropelamentos nas
estradas e à predação das suas larvas por espécies piscículas
introduzidas tal como o achigã e a perca-sol.